novembro 17, 2009

O último km

Nesse último domingo aconteceu a maratona de revezamento da Paquetá aqui em Porto, e a Escala montou uma equipe com 8 pessoas (incluindo a Stella - minha mega companheira de running!). Mas devo dizer, essa corrida foi bem diferente das outras que participei.

Dessa vez, sabia que teria fôlego pra completar a corrida, minha musculatura já está um pouco mais reforçada e estou conseguindo controlar as vozes aquelas. Meu maior inimigo foi outro: o clima!

Nessa indecisão primaveril entre pancadas de chuva, frio, nuvens e uma pequena possibilidade de sol, não tinha como prever o calorão que estava na hora da prova. Na verdade, era uma mistura de calor, sol, mormaço, umidade... Só sei que o sol simplesmente decidiu aparecer em potência máxima, mesmo depois de quase ter caido o mundo na sexta. Tem que ver o lindo X que ficou nas minhas costas do top que estava usando.

Não sei se o fato de estar treinando somente a noite interferiu de alguma forma, mas foi beeeeem difícil completar a prova, sendo que a pior parte foi o último quilômetro!

Estava fazendo uma boa prova, tentando aproveitar o máximo a vista para o guaiba e a música. Quando vi a placa dos 4km e já conseguia ver a reta final da prova, eu pensei: "vou dar um gás"! Mas isso foi fisicamente impossível! O KM não acabava nunca!!! E a cada passo parecia que meu corpo pesava mais, minha pele parecia pegar fogo e cada vez mais difícil de respirar. Olhava para o lado e via muita pessoas caminhando, desoladas com essa visita inesperada do sol. E a curva final não chegava! Desisitir naquele ponto era besteira. E ainda tinha 6 colegas para correr depois de mim. Mas cada centímetro do meu corpo berrava: "para, não aguento mais, não quero mais brincar disso".

Tomei então uma decisão. Eu parei. Respirei bem fundo. Dei uns 10 passos caminhando, já bem perto da curva final. E quer saber? Nada mudou. As dores continuavam, simplesmente não adiantou. Então, voltei a correr, envergonhada, me achando uma lesma, de tão lenta.

Talvez ter visto a chegada no último km, com a sensação de que era só virar a direita e não seguir reto como trajeto exigia, tenha criado uma ilusão de que já estava ali, que era tão pertinho. Mas na verdade faltava bastanteeeee. "So close, but yet soooo far"!

Acho que foi a Stella que disse: "esse foi o km mais difícil da minha vida". E essa foi a sensação de todos da equipe. Foi foda. Calor+emoção+o final que nunca chegava.

No fim, meu tempo não foi tão mal (continua na casa dos 31min), ainda mais pensando nessas condições. Eu tinha uma leve expectativa de diminuir o tempo da última. Mas tudo bem.

Agora, o que eu realmente aprendi: não adianta o quanto vc acha está preparada, cada corrida é de um jeito, e vai ser preciso vencer um obstáculo diferente. Não tem como prever. O que faz diferença é estar segura de que dá, que de algum jeito ou de outro, vai dar pra cruzar a linha de chegada.

Humm... parece um pouco com a vida, não?

(Preparação: Hugo organizando a bagunça!)

(A Stella e eu, super animadas!)

(Esperando o Fernando acabar a prova, aí já tinha ficado nublado outra vez)
(Só pra comparar, isso foi no domingo a noite! Olha o vermelhão da pessoa!)

3 comentários:

Rafa disse...

Além do Sol, das vozes interiores, da eterna curva final que nunca acaba, o cadarço desamarrado também é um baita complicador.

Rê Moreira disse...

Já viu que vai ter uma corrida noturna? Dia 5/12!
Lembre sempre do Pedro Bial, "use filtro solar"! :)

Fausto disse...

Se tu fez o mesmo tempo da última, então baixou teu tempo... O revezamento tinha 5275 metros, e não 5000 como a corrida do CORPA ;)

Bjo